domingo, 5 de abril de 2009

Memorial: canção de Renata

“... a passagem do tempo pode nos tornar mais amorosos, ainda interessados, e muito mais interessantes.” Lya Luft



Recordo-me que o meu tempo de infância foi marcado por muitas experiências leitoras, tive contato com os contos clássicos (clássico é aquele livro que nunca sai da moda, e se consagra, aos pouquinhos, como obra-prima de um escritor) .O que eu mais gostava era Branca de Neve e os Sete Anões, sonhava acordada com as imagens da bela história.
Filha única de pais dedicados, que nunca mediram esforços para que eu tivesse acesso a todas as informações necessárias para adquirir o principal tesouro que um filho pode ter: uma educação de qualidade. Minha mãe ficava inquieta com as perguntas difíceis que eu sempre fazia, mas nunca me dava respostas prontas; sempre me orientava a buscá-las, meu pai mesmo depois de viagens exaustivas forrava meus livros com muita dedicação , o que eu adorava observar... E procurava saber como estava o meu desempenho escolar, aluna aplicada!
O primeiro livro que marcou a minha vida foi A Bolsa Amarela de Lygia Bojunga,; quem lê nunca esquece a história de Raquel, aquela menina sensível, que escondia na bolsa três grandes vontades: a vontade de crescer, de ser garota e de se tornar escritora. Este livro foi lançado em 1976 e até hoje todos vibram com Raquel. O livro despertou em mim a vontade de ser escritora, cheguei até a ensaiar a escrita de um livro que a minha mãe guarda até hoje com muito carinho, não posso me esquecer também de outros livros como o Pequeno Príncipe, Olhai os Lírios do Campo, Poliana Menina, |Poliana Moça, Meus Treze Anos, A Ilha Perdida, Sozinha no Mundo...
Quando criança, ganhei uma linda sandália que tinha como brinde o livro com a história de Rapunzel, eu passava horas e horas relendo e observando cuidadosamente as gravuras repletas de vidas e cores.
Na adolescência li de tudo um pouco, romances, gibis, literatura brasileira, revistas para adolescentes e principalmente os livros do meu querido Padre Zezinho.
No Ensino Fundamental e Médio tive bons professores e sempre me identificava com os de Língua Portuguesa, Glória e Elvira pessoas fantásticas!!! Mas foi na Universidade Estadual do Sudoeste que ampliei o meu leque de informações no que diz respeito à leitura, participando dos eventos promovidos pela professora Maria da Conceição Fonseca e Jorge Viana até hoje sinto falta das Rodas de Leitura do PROLER, quando não tínhamos lugar, inventávamos, o importante era aproveitar o intervalo para socializar as práticas leitoras.
Hoje ,mãe de uma bela menina de 11 anos que tem o cabelo de Rapunzel, a delicadeza de Branca de Neve e a perseverança de Cinderela é também uma leitora assídua, percebo a importância de ser sido incentivada a tornar a leitura uma constante na minha vida e fazer viagens fantásticas no mundo da imaginação, viajar sem me levantar da cadeira, conhecer pessoa muito interessante sem precisar conviver com ela.
Como educadora procuro fazer com que meus alunos entendam que a leitura de um livro projeta no mundo leitura de épocas, lugares, paisagens e personagens em um espetáculo imaginário rico e criativo. Que sintam que leitura é uma viagem com o prazer de quem vai começar um jogo com os amigos queridos.

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